Por Machado de Castro, na Basílica da Estrela |
Os
presépios barrocos eram orientados a emocionar todos os que os
vissem, numa contemplação festiva. Eles deviam alimentar o êxtase,
proporcionar o arrebatamento do sentido da vista mediante a
plasticidade das figuras, a assimetria dos espaços, a profusão das
cenas, o cromatismo dos diversos elementos.
Com
a profusão de elementos da natureza, com a redundância ornamental,
o Barroco colocava-se ao serviço da exaltação do mistério e do
sentimento religioso das pessoas.
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As poderosas realizações da arte barroca causavam uma profunda e sentida religiosidade, onde a exaltação de Deus, com os anjos e os santos, é uma constante.
A
natureza toda projeta-se nos presépios, como se projetou nas obras
de talha no interior das igrejas.Orientava-se segundo a convicção
de que a Deus pertence toda a natureza no melhor das suas expressões.
Com a extraordinária dimensão teatral de um evento religioso único,
eles ostentam uma coincidência feliz entre o sentimento do artista e
as inquietações do seu tempo. O poder e a eficácia expressiva dos
presépios são reforçados por essa confluência de sentimentos.
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